Racismo
uma pauta sempre emergente
DOI:
https://doi.org/10.22560/reanec.v49i162.319Resumo
A problemática do racismo, volta e meia, entra como pauta de discussão dos
meios de comunicação no Brasil e no mundo. Embora o tema seja esporadicamente
levantado nos canais oficiais, trata-se de uma realidade que demarca o cotidiano da
população negra, nem sempre noticiada ou exposta a público. Racismo consiste em
toda prática discriminatória pautada em paradigmas de superioridade racial, fazendo
com que um grupo social se sobreponha a outro, ocasionando desníveis de valorização
étnica, cultural, intelectual, social, econômica e política, o que atinge de forma singular
os negros, constituindo o que denominamos racismo estrutural. Dados apontam os
impactos do desnivelamento social gerado pela construção histórica do Brasil, tradicionalmente segregacionista. São notáveis os dilemas enfrentados pelos negros no país, por
exemplo, a violência e o limitado acesso aos direitos básicos, como aos bens culturais,
à educação de qualidade, ao ensino superior, ao mercado de trabalho, à saúde, etc. A partir de dados estatísticos, de análise documental e de pesquisa de autores que versam
sobre o tema, o presente estudo propõe-se a analisar este cenário, compreendendo a
realidade posta e propondo caminhos para a superação do racismo. Além disso, sugere
meios para a legitimação das políticas de equalização social, para a consolidação de uma
identidade negra positivada e para o fim dos pseudoestereótipos de superioridade racial,
fortalecendo as lutas históricas dos que reivindicam uma sociedade justa e igualitária.
Palavras-chave: Racismo. Direitos civis. Identidade afrodescendente.
Downloads
Referências
ALBUQUERQUE, Wlamyra; FRAGA FILHO, Walter. A história do negro
no Brasil. Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006.
ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte:
Letramento, 2018.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 12 fev. 2020.
BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 jan. 2003. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 12 fev. 2020.
BRASIL. Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010. Institui o Estatuto da Igualdade
Racial; altera as Leis nos 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de
, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 21 jul. 2010. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm. Acesso em: 12 fev. 2020.
CHAGAS, Conceição Corrêa das. Negro: uma identidade em construção.
Petrópolis: Vozes, 1996.
FERREIRA, Ricardo F. Afrodescendente: identidade em construção. Rio de
Janeiro: Pallas, 2004.
GOMES, Nilma Lino. O movimento negro educador: saberes construídos
nas lutas por emancipação. Petrópolis: Vozes, 2017.
HALEY, Alex. Autobiografia de Malcolm X. Tradução de A. B. Pinheiro de
Lemos. Rio de Janeiro: Record, 1965
IPEA. Atlas da violência 2019. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada; Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/download/19/atlas-da-violencia-2019.
Acesso em: 12 fev. 2020.
NASCIMENTO, Abdias do. O quilombismo: uma alternativa política afro-brasileira. Revista de Estudos do Mundo Negro, ano 3, n. 6 e 7, abr./dez. 1985.
ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Paris, 10 dez. 1948.
Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Declara%-
C3%A7%C3%A3o-Universal-dos-Direitos-Humanos/declaracao-universal-
-dos-direitos-humanos.html. Acesso em 20 mai. 2020.
RAMOS, Nilma Lino. Cultura negra e educação. Revista Brasileira de Educação, n. 23, p. 75-85, maio/ago. 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/
pdf/rbedu/n23/n23a05.pdf. Acesso em: 12 fev. 2020.
SALDAÑA, Paulo. 4 em cada 10 jovens negros não terminaram o ensino
médio. Dados do IBGE mostram que abandono escolar atinge mais população
negra. Folha de S. Paulo, 1 set. 2019. Disponível em: https://www1.folha.
uol.com.br/educacao/2019/09/4-em-cada-10-jovens-negros-nao-terminaram-
-o-ensino-medio.shtml . Acesso em: 12 fev. 2020.
SAVIANI, Demerval. História das Ideias Pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2013.
SILVA, Maicon Donizete Andrade. Corporeidade e negritude: iluminações a
partir da Teologia Afroamericana. Convergência, n. 452, p. 410-424, jun. 2012.
Disponível em: http://crbnacional.org.br/wp-content/uploads/2017/10/Convergencia-452.pdf. Acesso em: 12 fev. 2020.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Comunicamos que a ANEC, adota a licença Creative Commons para sua coleção de periódicos científicos em acesso aberto, e define como padrão a adoção de licença do tipo atribuição (CC - BY) para seus conteúdos.
A Revista está certificada com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional, bem como os trabalhos nela publicados. A licença CC-BY escolhida permite aos usuários dos periódicos acessar, distribuir, exibir e executar a obra, bem como criar obras derivadas, desde que confira o devido crédito autoral, da maneira especificada pelo periódico. O autor, ao efetuar a submissão do artigo, autoriza a transferência de direitos autorais pelo uso da licença Creative Commons. A transferência de direitos autorais é gratuita, em face do caráter científico da revista.
IMPORTANTE
Os dados informados í revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. A Revista de Educação ANEC não se responsabiliza por opiniões e conceitos expressos pelos autores.